quinta-feira, dezembro 14, 2006

Marvel Millennium Anual #1

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Panini Comics – Outubro de 2006

Marvel Millenium Anual reúne as edições anuais das quatro séries que compõem o mix de Marvel Millenium Homem-Aranha: X-Men, Quarteto Fantástico, Os Supremos e, lógico, Homem-Aranha.

Eu sempre mantenho um pé atrás com relação a essas edições especiais. Normalmente são apenas histórias curtas, sem consequências na série principal, criadas apenas para comprar mais presentes de Natal para os filhos dos executivos da Marvel. Neste caso, vê-se uma clara tentativa da Marvel de quebrar essa tradição e dar alguma importância aos anuais, seja incorporando novos temas e personagens às séries ou simplesmente desenvolvendo tramas paralelas relevantes.

O resultado, graças à acertada decisão editorial da Panini de reunir todos os anuais numa mesma edição, é muito bom e deve agradar a todos os que acompanham o Universo Ultimate mensalmente em Marvel Millennium.

O veredicto final: uma das melhores edições lançadas pela Panini até hoje. Vale cada centavo.

Homem-Aranha (Ultimate Spider-Man Annual #1 – Out/2005)
Roteiro: Brian Bendis
Desenhos: Mark Brooks
Arte-final: Jaime Mendoza e Scott Hanna
Cores: Dave Stewart

Partindo do rompimento entre Peter e M.J., Bendis desenvolve um novo relacionamento para o Homem-Aranha. Se o problema de Peter em manter relacionamentos é o medo de colocar em risco as pessoas que ama, quem melhor que uma super-heroína para estar ao seu lado? A escolha de Bendis é boa: a X-Man Kitty Pride. A caracterização é muito boa, e o relacionamento entre Kitty e Peter não soa nada falso ou forçado como poderia.

O tema é bem desenvolvido, a história flui bem e é fortemente orientada aos personagens, com muito diálogo e pouca ação. Este é justamente o forte de Brian Bendis, e ele não desaponta. Uma história desse tipo é difícil de ilustrar, mas Brooks dá conta do recado, com grande expressividade nos rostos dos personagens. Seus desenhos mantêm o feeling da série original, mas são melhores que os de Mark Bagley, especialmente nas cenas de ação, embora sofra do mesmo problema: as personagens femininas são todas iguais. Um problema recorrente em HQs de super-heróis.

Uma das melhores histórias de Ultimate Spider-Man. Leve, divertida, trama interessante, bons diálogos e bons desenhos. Recomendado para os fãs da série mensal e para aqueles que têm um mínimo interesse na versão Ultimate do Amigão da Vizinhança.
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Quarteto Fantástico (Ultimate Fantastic Four Annual #1 – Out/2005)
Roteiro: Mark Millar
Desenhos: Jae Lee
Cores: June Chung

Um enorme sentimento de alívio depois que virei a página com a capa da edição original e constatei que a história era ilustrada por Jae Lee, e não Greg Land. Só isso já vale a leitura.

A edição é, na verdade, uma introdução à versão Ultimates dos Inumanos. O que para mim não diz muito, porque nunca li absolutamente nada dos Inumanos no Universo tradicional. Como boa parte da graça nas versões Ultimate é contrastá-las com suas versões normais, perdi pelo menos 70% da diversão, mesmo com o auxílio da Wikipedia.

Provavelmente devido à minha falta de cultura, não achei grande coisa. Valeu mesmo pela arte de Lee, fantástica como sempre, nessa sua segunda passagem pelo Quarteto Ultimate. Destaque para o Dentinho. Maravilhoso.
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X-Men (Ultimate X-Men Annual #1 – Out/2005)
Roteiro: Brian K. Vaughan
Desenhos: Tom Raney
Arte-final: Scott Hanna
Cores: Gina Going-Raney

A história de X-Men Anual retoma a trama de Gambit e Vampira, publicada no arco Lobo em Pele de Cordeiro, que saiu aqui no início do ano. Vampira deixou os X-Men para ficar com Gambit, e acaba de roubar a Jóia de Cyttorak de um cassino em Las Vegas. Os problemas acontecem na saída do cassino, quando ela e Gambit topam com o mais recente fugitivo da S.H.I.E.L.D: o Fanático.

De forma geral a história é uma grande e boa cena de luta. Embora sem conseguir criar uma boa motivação para o Fanático (tudo se resume a “Vampira, eu te amo”), Vaughan utiliza-o bem para um final surpreendente, que vale a edição. Os desenhos de Raney são no mínimo competentes, e criam uma boa atmosfera de tensão.

Uma história que elabora e acrescenta fatos importantes para quem acompanha a série mensal.
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Os Supremos (The Ultimates Annual #1 – Ago/2005)
Roteiro: Mark Millar
Desenhos: Steve Dillon
Cores: Paul Neary

Os Supremos Anual mostra algumas tramas paralelas centradas nas equipes de reservas dos Supremos. A idéia é que a S.H.I.E.L.D. trabalha clandestinamente para criar novas equipes de supersoldados, que possam eventualmente assumir o trabalho dos originais caso algo dê errado. Quando a iniciativa é divulgada, líderes internacionais ficam inquietos, com medo de terem sua soberania ameaçada.

A história elabora o tema central dos Supremos (como os super-heróis influenciariam na geopolítica mundial), enquanto trabalha a insana busca de Nick Fury pelo próximo supersoldado. Armaduras e trajes ultra-tecnológicos podem simular um supersoldado, mas o soro é o único que pode de fato criar um.

A escolha de Dillon para o título é inusitada, pois seu estilo contrasta muito com o de Bryan Hitch, desenhista da série mensal. Entretanto a história favorece, pois é muito mais orientada a diálogos e personagens que a ação desenfreada. Neste tipo de história Dillon é um mestre, e tem a chance de mostrar todo seu talento para um público muito maior que o que acompanha sua carreira (Ultimates Annual 1 foi o primeiro anual do Universo Ultimate e esgotou nos Estados Unidos, abrindo espaço para os demais anuais.

Das quatro histórias dessa edição, esta é a que menos se relaciona com a série mensal, mas ainda assim é uma excelente história que expande os limites do Universo Ultimate. E tem Steve Dillon. Quer mais o quê?

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