quarta-feira, fevereiro 16, 2005

X-Men Extra #35 a #37


Panini Comics - Novembro, 2004


Panini Comics - Dezembro, 2004


Panini Comics - Janeiro, 2005

Continuando as resenhas coletivas após a Maratona X do fim-de-semana, aqui está X-Men Extra.

X-Táticos (X-Statix #11 – Ago/2003 a #13 – Out/2003)

Roteiro: Peter Milligan
Arte: Mike Allred
Cores: Laura Allred

Vou começar pela parte boa. X-Men Extra só vale por X-Táticos, que considero a melhor das séries X atualmente, e certamente um dos melhores trabalhos de Peter Milligan até agora. Ele e Mike Allred nos oferecem vários níveis de leitura aqui, e todos são satisfatórios. No nível mais superficial, X-Táticos é uma história sobre uma equipe de super-heróis mutantes que adquirem o status de celebridades, no sentido mais atual possível da palavra. Neste nível a série satisfaz desenvolvendo personagens interessantes e seus relacionamentos – nada convencionais, diga-se de passagem. X-Táticos também pode ser visto como uma sátira das histórias de super-heróis, brincando com vários estereótipos do gênero (e do universo X em especial) sem chegar ao ponto de afugentar os fãs do gênero. Há ainda uma boa dose de crítica social no cinismo e superficialidade dos relacionamentos entre os personagens. Mas a superficialidade dos personagens não se traduz em superficialidade na abordagem. Em vários episódios vemos Milligan aprofundar-se em alguns deles de forma tocante.

A arte é igualmente interessante, quase cartunesca, exaltando o fato de se tratar de uma HQ de super-heróis. Aqui não há traços realistas nem cores computadorizadas. Simplesmente uma arte muito bem feita que casa perfeitamente com o tom da série. Eu poderia aqui discorrer ainda muito mais sobre as qualidades dessa série, que despretensiosamente se mostrou uma das melhores coisas publicadas pela Marvel nos últimos anos.
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X-Treme X-Men (X-Treme X-Men #32 – Dez/2003 a #37 – Fev/2004)

Roteiro: Chris Claremont
Desenhos: Igor Kordey
Arte-final: Scott Hanna (exceto #35), Greg Adams (#35)
Cores: Liquid! (#32 a #35), Transparency Digital (#36 e #37)

O carro-chefe de X-Men Extra é a medonha X-Treme X-Men, de Chris Claremont e Igor Kordey.

No arco Intifada (X-Men Extra #34 a #36) tivemos três histórias paralelas mal executadas, mal desenhadas, com péssimos diálogos e enredo sofrível. Exige um certo domínio da arte para escrever histórias tão ruins. Claremont certamente tem esse domínio, por ter passado boa parte da vida escrevendo a novelinha dos X-Men. Nesse arco os X-Men (ou ao menos a parte deles que “mora” em X-Treme) lidam com a ameaça de uma gangue de adolescentes mutantes, investigam indícios de corrupção na Corporação X e negociam um acordo com as maiores potências mundiais que cria uma espécie de polícia mutante com jurisdição global liderada por Tempestade. Comentar a quantidade de furos, absurdos e idiotices contidas nessas três histórias gastaria um bom tempo, de que não disponho, embora talvez me divertisse.

Para se ter apenas uma idéia do nível abissal dessas histórias, basta comentar que a “negociação” entre Ororo e os maiores líderes mundiais para a criação de uma polícia mutante global se dá na beira de um lago na residência do presidente americano com Ororo e Gambit em trajes de banho (quando não nus) sendo flagrados aos beijos e abraços pelo menos duas vezes pelos líderes mundiais. Ela fala uma meia dúzia de frases de efeito, os líderes voltam para a residência do presidente, ela se pega com Gambit, os líderes voltam, os pegam em situação comprometedora (de novo) e comunicam que toparam. Isso é bizarro.

O arco seguinte, A Arena, era para ter sido publicado originalmente como uma mini da Tempestade. Não o foi por razões nebulosas, como de costume. Então Claremont teve que fazer uma enorme ginástica para encaixar a história na cronologia da série. O resultado é sofrível. A história, pior ainda. Terei oportunidade de comentar mais a respeito nas próximas resenhas de X-Treme X-Men, mas desde já fica a minha impressão daquela roupa de drag-queen usada pela Tempestade para entrar na boate: nauseante.

Há ainda um detalhe a considerar. A arte de Kordey é simplesmente horrenda.

Os fãs de X-Men e os executivos da Marvel parecem ter chegado a um acordo de que Claremont é o único ser humano capaz de escrever os X-Men. Eles que queimem no inferno de braços dados.
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Exilados (Exiles #30 – Set/2003 a #32 – Out/2003)

Roteiro: Chuck Austen (#30), Judd Winick (#31 e #32)
Desenhos: Clayton Henry (#30), Jim Calafiore (#31 e #32)
Arte-final: Mark Morales (#30), Mark McKenna (#31 e #32)
Cores: Transparency Digital

X-Men Extra ainda nos presenteia todo mês com Exilados, que apesar de não ser grotesca, é aquele tipo de história que você esquece depois de 5 minutos. A idéia original dos Exilados até não é de todo ruim, porque no fundo ele é um "o que aconteceria se..." disfarçado. A questão é que essa premissa obviamente não sustenta uma série mensal. No máximo rende boas minis. Chega um ponto em que simplesmente você não se importa com nada que acontece, mesmo porque nada do que acontece aqui tem qualquer influência no universo “real”. Em geral as histórias se mantêm num nível bem básico de roteiro: os Exilados recebem uma missão, a cumprem, vão embora, recebem outra missão, a cumprem, vão embora, e assim ad eternum.

O número #30 (X-Men Extra #35) mostra o final do arco de Chuck Austen, ruim como sempre. Aliás, nem posso dizer que entendi direito o que foi esse arco. Pelo que entendi, Austen estava tentando ligar os Exilados a uma sub-trama de Uncanny, que eu felizmente não acompanhei. Não entendi a premissa (quem diabos é esse Alex do mal?), não gostei do desenvolvimento (lobisomens não são lá os vilões mais interessantes do mundo) e não dei a mínima pro final. Pura perda de tempo, apesar da arte de muito boa qualidade.

Judd Winick volta nas edições #31 e #32 (X-Men Extra #36 e #37) , num arco de duas edições que mostra um universo alternativo em que os Vingadores são vampiros. Não há nada muito inspirado aqui. A história não é ruim, mas o final é decepcionante, especialmente a apelação da espada da Mágica subitamente se revelar uma arma raríssima e, convenientemente, a única no Universo capaz de destruir o líder dos vampiros. Ah, tá.

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