terça-feira, janeiro 02, 2007

Dinastia M

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Panini Comics - Setembro, 2006

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Panini Comics - Outubro, 2006

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Panini Comics - Novembro, 2006

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Panini Comics - Dezembro, 2006

Hora de refletir sobre Dinastia M, a saga que veio para abalar as estruturas da Marvel. Publicada no Brasil em 4 edições (originalmente foram 8) e alcançando com seus tentáculos praticamente todas as revistas do universo Marvel tradicional lançadas pela Panini, a grande pergunta é: cumpriu o que prometia? A resposta curta é não. Para a resposta longa, continue lendo.

A saga é uma conseqüência direta de Vingadores: A Queda, em que Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarate, perde o controle de seus poderes de alterar a realidade e acaba matando o Visão, o Gavião Arqueiro e o Homem-Formiga. Após ser derrotada, a Feiticeira é deixada aos cuidados de Magneto, seu pai, que a leva para Genosha a fim de tratá-la com a ajuda de Charles Xavier. Não posso dar mais detalhes porque não li Vingadores: A Queda, que dizem ser uma boa história. No entanto eu li a medonha Excalibur, de Chris Claremont (publicada pela Panini na revista X-Men Extra), que nas duas últimas edições mostrou as tentativas frustradas de Xavier e do Dr. Estranho em ajudar Wanda. O que nos traz à Dinastia M.

A idéia é que Xavier e Estranho não sabem mais o que fazer com Wanda, então decidem reunir os Vingadore e os X-Men para, juntos, tentarem encontrar uma solução. Como não chegam a um acordo, um time com membros das duas equipes parte para Genosha para tentar confrontá-la face a face. Ao chegarem, encontram o quarto de Wanda vazio, o Professor Xavier desaparece e um clarão muda toda a realidade.

Somos então apresentados ao mundo da Dinastia M, em que o sonho de Magneto se realizou. Ele é o soberano da Terra, e os mutantes são a raça dominante. A tensão racial ainda existe, com os humanos reunidos em células de resistência e engajados em atividades terroristas.

Mas Wolverine, sem nenhuma razão aparente, é o único que se lembra de como o mundo era antes de Wanda mudar tudo. E acaba encontrando Layla, uma mutante que tem o poder de, aham, fazer as pessoas se lembrarem do mundo como era antes (poder este extremamente conveniente para o roteiro). A história então passa a ser Layla despertando os heróis um a um, até que todos se reúnem e decidem tirar satisfações com Magneto.

Rola um grande combate entre os heróis e a corte de Magneto, enquanto o Dr. Estranho confronta Wanda. A grande revelação é que Mercúrio foi quem influenciou Wanda a distorcer a realidade, criando um mundo sem violência, onde todos tinham aquilo que sempre desejaram. Só que o tiro obviamente saiu pela culatra, e Magneto não fica nem um pouco feliz quando descobre o que seus filhos armaram. Ele ataca Mercúrio num rompante de fúria, o que deixa Wanda ainda mais chateada que antes. Ela então decide adotar uma solução radical para os conflitos entre humanos e mutantes. Uma frase, e o mundo novamente é consumido por um clarão: “Chega de mutantes.”

A última parte de Dinastia M é dedicada à nova realidade, em que a maioria dos mutantes perdeu seus poderes (ou melhor, deixou de ser mutante, de acordo com a Cérebra), incluindo o próprio Magneto. E é isso.

Para começo de conversa, a idéia de jogar personagens estabelecidos num universo alternativo não tem nada de novo, mas pode gerar boas histórias. A liberdade das amarras de anos de cronologia muitas vezes permite aos roteiristas trabalharem aspectos desconhecidos e inusitados dos personagens ao colocá-los em situações impossíveis no universo tradicional.

Em Dinastia M, Bendis experimenta com todas as possibilidades da história criando versões plausíveis e interessantes dos personagens, mas apenas as revistas mensais com ligação com a mini (facilmente identificáveis pelo horrível banner com listras vermelhas e brancas) chegam a explorar de fato essas possibilidades. A mini propriamente dita não trabalha muito esse aspecto, girando em torno do "despertar" dos personagens principais. Há boas cenas e bons diálogos, no estilo Bendis, mas a história não decola e o final é... bom, na verdade não é um final. Não há um fechamento da história, e nem fica claro o objetivo disso tudo.

Ao que parece, o evento que terá reais conseqüências será a segunda manifestação da Feiticeira Escarlate. Convenhamos, se o seu grande evento ocorre na última página da sétima edição de uma mini de 8 edilções que promete um grande evento, sua mini não presta. Aliás, a primeira explosão causada pela Feiticeira (que teoricamente deveria ser o tal grande evento, pois foi a origem do universo da Dinastia M) é irrelevante. Se o tal mega-ultra-hiper evento era Wanda acabar com os mutantes (ou ao menos a grande maioria deles), para quê a Dinastia M?

O mundo da Dinastia M foi interessante, mas desnecessário, uma vez que a maior parte dos eventos ocorridos (ou melhor, todos menos a segunda explosão) não terá consequências no universo tradicional.

Dinastia M não é nem de perto o evento espetacular que foi alardeado aos quatro ventos pela Marvel. É uma boa história, mas não cumpre o que prometeu.

Um comentário:

Guilherme Palma disse...

Na verdade foi uma tentativa de fazer uma nova "era do apocalipse" que realmente foi muito boa e fez um estrondoso sucesso de vendas.