terça-feira, dezembro 26, 2006

Blade - A Lâmina do Imortal #35 e #36

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Conrad Editora - Novembro, 2006

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Conrad Editora - Dezembro, 2006

Finalmente cá estamos acompanhando a saga de Rin, Manji e companhia em Blade Of The Immortal. Para quem não sabe, a publicação pela Conrad tinha cessado no número 34 há nada menos que 18 meses. Hora de pegar as edições antigas e rebobinar a fita para ver onde paramos.

No número 34, Manji estava preso no castelo de Edo, sendo submetido aos experimentos patrocinadas pelo Sr. Habaki, líder do Mugai-ryu, que sonha em criar um exército de samurais imortais. O Dr. Blando Ayami, mais ensandecido do que nunca, voltava a ser o responsável pelos experimentos. Rin e Doua seguiam as pistas de Manji e Isaku, que as levavam cada vez mais próximo ao castelo.

Em Blade #35, o panorama é mais o menos o mesmo. No castelo o clima é cada vez mais pesado, com Blando mutilando e matando dezenas de prisioneiros diariamente. Hyakurin ressurge na história propondo a Rin ajudá-la a resgatar Manji. Inicialmente Rin recusa a oferta, o que é explicado num flashback mostrando uma recente conversa entre Gity e Hyakurin. No entanto, no elaborado plano de Rin para invadir o castelo, Hyakurin terá participação decisiva.

Claro que a vida não é fácil nas páginas de Blade, e quando tudo parece transcorrer como previsto, Rin e Doua são capturadas pela guarda, já dentro do castelo.

A edição seguinte começa pesada, com uma cena de tortura angustiante. Aqui somos apresentados a Ozuhan, o personagem de caracterização mais bizarra da série depois do saudoso Kuroi Sabato. Ozuhan é um Itto-ryu conhecido de Doua. Enviado por Kashin Koji por razões obscuras (que ficam claras ao final da edição), Ozuhan aparece numa hora estranhamente apropriada e resgata Rin e Doua das mãos dos guardas do castelo.

Os três prosseguem seguindo um mapa incompleto do castelo traçado por Kashin Koji, e as suspeitas da guarda vão aumentando cada vez mais. Após vários combates e a desagradável revelação da verdadeira missão de Ozuhan, Rin e Doua encontram o depósito de corpos usados nos experimentos, e fazem uma descoberta aterradora.

Sinceramente, esse arco da prisão de Manji já se estendeu demais, e fico feliz que finalmente estejamos (espero) atingindo o seu clímax. O que eu questiono não é nem tanto a lerdeza da trama, mas qual o real desenvolvimento que tivemos. Pouco foi feito além de estabelecer Kagimura Habaki como o grande vilão da série, com uma agenda obscura que gira em torno da se tornar o homem mais poderoso do Japão (destruir a Itto-ryu e criar um exército de imortais parece uma boa forma de começar).

Tivemos a introdução de alguns bons personagens, e interessantes conflitos entre cultura oriental e ocidental, mostrados nas discussões sobre os métodos de Blando e no comovente envolvimento entre Doua e Isaku.

Deixar Manji na geladeira (ou melhor, na prisão) por tanto tempo tem a vantagem de dar muito espaço para Rin evoluir como personagem, o que de fato acontece. Ela claramente não é mais a jovem insegura e frágil que sonhava em vingar a morte dos pais. Desde o encontro com Anotsu ela se vê como parte de algo muito maior, e dá claras demonstrações disso. A parceria com Doua é ideal para mostrar esse amadurecimento. O relacionamento das duas contrapõe a razão de Rin com o pavio curto de Doua, representando de certa forma uma inversão dos papéis que ela e Manji desempenhavam no início da série.

Blade continua bom como sempre, mas uma avaliação fria do arco da prisão só será possível ao seu final, uma vez que fiquem claras suas reais conseqüências para a história como um todo. Quero muito saber para onde Samura está nos levando, e espero sinceramente que todo esse arco seja mais que uma simples parada para ir ao banheiro.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Marvel Millennium Anual #1

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Panini Comics – Outubro de 2006

Marvel Millenium Anual reúne as edições anuais das quatro séries que compõem o mix de Marvel Millenium Homem-Aranha: X-Men, Quarteto Fantástico, Os Supremos e, lógico, Homem-Aranha.

Eu sempre mantenho um pé atrás com relação a essas edições especiais. Normalmente são apenas histórias curtas, sem consequências na série principal, criadas apenas para comprar mais presentes de Natal para os filhos dos executivos da Marvel. Neste caso, vê-se uma clara tentativa da Marvel de quebrar essa tradição e dar alguma importância aos anuais, seja incorporando novos temas e personagens às séries ou simplesmente desenvolvendo tramas paralelas relevantes.

O resultado, graças à acertada decisão editorial da Panini de reunir todos os anuais numa mesma edição, é muito bom e deve agradar a todos os que acompanham o Universo Ultimate mensalmente em Marvel Millennium.

O veredicto final: uma das melhores edições lançadas pela Panini até hoje. Vale cada centavo.

Homem-Aranha (Ultimate Spider-Man Annual #1 – Out/2005)
Roteiro: Brian Bendis
Desenhos: Mark Brooks
Arte-final: Jaime Mendoza e Scott Hanna
Cores: Dave Stewart

Partindo do rompimento entre Peter e M.J., Bendis desenvolve um novo relacionamento para o Homem-Aranha. Se o problema de Peter em manter relacionamentos é o medo de colocar em risco as pessoas que ama, quem melhor que uma super-heroína para estar ao seu lado? A escolha de Bendis é boa: a X-Man Kitty Pride. A caracterização é muito boa, e o relacionamento entre Kitty e Peter não soa nada falso ou forçado como poderia.

O tema é bem desenvolvido, a história flui bem e é fortemente orientada aos personagens, com muito diálogo e pouca ação. Este é justamente o forte de Brian Bendis, e ele não desaponta. Uma história desse tipo é difícil de ilustrar, mas Brooks dá conta do recado, com grande expressividade nos rostos dos personagens. Seus desenhos mantêm o feeling da série original, mas são melhores que os de Mark Bagley, especialmente nas cenas de ação, embora sofra do mesmo problema: as personagens femininas são todas iguais. Um problema recorrente em HQs de super-heróis.

Uma das melhores histórias de Ultimate Spider-Man. Leve, divertida, trama interessante, bons diálogos e bons desenhos. Recomendado para os fãs da série mensal e para aqueles que têm um mínimo interesse na versão Ultimate do Amigão da Vizinhança.
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Quarteto Fantástico (Ultimate Fantastic Four Annual #1 – Out/2005)
Roteiro: Mark Millar
Desenhos: Jae Lee
Cores: June Chung

Um enorme sentimento de alívio depois que virei a página com a capa da edição original e constatei que a história era ilustrada por Jae Lee, e não Greg Land. Só isso já vale a leitura.

A edição é, na verdade, uma introdução à versão Ultimates dos Inumanos. O que para mim não diz muito, porque nunca li absolutamente nada dos Inumanos no Universo tradicional. Como boa parte da graça nas versões Ultimate é contrastá-las com suas versões normais, perdi pelo menos 70% da diversão, mesmo com o auxílio da Wikipedia.

Provavelmente devido à minha falta de cultura, não achei grande coisa. Valeu mesmo pela arte de Lee, fantástica como sempre, nessa sua segunda passagem pelo Quarteto Ultimate. Destaque para o Dentinho. Maravilhoso.
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X-Men (Ultimate X-Men Annual #1 – Out/2005)
Roteiro: Brian K. Vaughan
Desenhos: Tom Raney
Arte-final: Scott Hanna
Cores: Gina Going-Raney

A história de X-Men Anual retoma a trama de Gambit e Vampira, publicada no arco Lobo em Pele de Cordeiro, que saiu aqui no início do ano. Vampira deixou os X-Men para ficar com Gambit, e acaba de roubar a Jóia de Cyttorak de um cassino em Las Vegas. Os problemas acontecem na saída do cassino, quando ela e Gambit topam com o mais recente fugitivo da S.H.I.E.L.D: o Fanático.

De forma geral a história é uma grande e boa cena de luta. Embora sem conseguir criar uma boa motivação para o Fanático (tudo se resume a “Vampira, eu te amo”), Vaughan utiliza-o bem para um final surpreendente, que vale a edição. Os desenhos de Raney são no mínimo competentes, e criam uma boa atmosfera de tensão.

Uma história que elabora e acrescenta fatos importantes para quem acompanha a série mensal.
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Os Supremos (The Ultimates Annual #1 – Ago/2005)
Roteiro: Mark Millar
Desenhos: Steve Dillon
Cores: Paul Neary

Os Supremos Anual mostra algumas tramas paralelas centradas nas equipes de reservas dos Supremos. A idéia é que a S.H.I.E.L.D. trabalha clandestinamente para criar novas equipes de supersoldados, que possam eventualmente assumir o trabalho dos originais caso algo dê errado. Quando a iniciativa é divulgada, líderes internacionais ficam inquietos, com medo de terem sua soberania ameaçada.

A história elabora o tema central dos Supremos (como os super-heróis influenciariam na geopolítica mundial), enquanto trabalha a insana busca de Nick Fury pelo próximo supersoldado. Armaduras e trajes ultra-tecnológicos podem simular um supersoldado, mas o soro é o único que pode de fato criar um.

A escolha de Dillon para o título é inusitada, pois seu estilo contrasta muito com o de Bryan Hitch, desenhista da série mensal. Entretanto a história favorece, pois é muito mais orientada a diálogos e personagens que a ação desenfreada. Neste tipo de história Dillon é um mestre, e tem a chance de mostrar todo seu talento para um público muito maior que o que acompanha sua carreira (Ultimates Annual 1 foi o primeiro anual do Universo Ultimate e esgotou nos Estados Unidos, abrindo espaço para os demais anuais.

Das quatro histórias dessa edição, esta é a que menos se relaciona com a série mensal, mas ainda assim é uma excelente história que expande os limites do Universo Ultimate. E tem Steve Dillon. Quer mais o quê?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Os Supremos: o fim cada vez mais próximo

Os boatos já rolavam há algum tempo, e a confirmação não demorou a vir. Mark Millar e Bryan Hitch iam deixar Os Supremos (The Ultimates, publicado no Brasil pela Panini na revista Marvel Millennium Homem-Aranha) após o final do segundo volume da série. Mesmo já sabendo disso, não dá para ficar indiferente à notícia divulgada hoje de que Hitch terminou de desenhar sua última história dos Supremos. A melhor série de super-heróis da atualidade e, sem dúvida, uma das melhores de todos os tempos, vai chegando ao fim.

Impossível não lamentar, por mais que se espere da dupla que assume no terceiro volume da série, Jeph Loeb e Joe Madureira. E eu não espero muito.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Americanos chocados com o tamanho do membro do Homem-Aranha

Deu no UniversoHQ.

Esse tipo de notícia tem um imenso potencial humorístico. É uma pena que José Simão não curta quadrinhos. Se curtisse, certamente sua coluna começaria assim:

"Buemba, buemba! Cortaram o peru do Homem-Aranha! Rarararara. Dizem que ele tinha inveja da aranha da Mulher-Aranha! E eu nem vi razão para tanta polêmica. Precisava de uma lupa. Rarara. É por isso que ele se chama Homem-Aranha, e não Homem-Berinjela. E dizem que uma fã viu e falou: Espetacular Homem-Aranha? Espetacular onde? Rararara."

Parece que o público ficou chocado com o quadro que mostra o nu frontal do Amigão da Vizinhança. O mais ridículo é a reação da Marvel, de recolher os exemplares "errados".

Caberia aqui uma discussão sobre censura nos quadrinhos e coisas do gênero (ainda pretendo escrever sobre o célebre caso de censura em The Authority), mas só passam pela minha cabeça agora piadinhas infames sobre o episódio... fica pra depois.

domingo, dezembro 10, 2006

Blade Of The Immortal de volta

Finalmente. Foi um ano e meio de de espera, mas a Conrad cumpriu a promessa de continuar a publicação de Blade - A Lâmina do Imortal (Blade Of The Immortal).

Verdade seja dita, voltou da mesma forma que parou, em Junho de 2005: sem o menor alarde. Só hoje percebi que a publicação tinha voltado, ao dar uma olhada na checklist de novembro do Universo HQ.

Aparentemente a periodicidade agora será mensal, o que mostra que alguém tem cérebro na Conrad. Afinal uma publicação quinzenal que é interrompida por 16 meses por falta de material mostra que planejamento não é o forte por lá.

Enfim, parece que pouca gente deu falta da série, e menos ainda se animou com a volta. Nenhum site especializado deu a notícia da publicação do número 35, nenhuma nova edição foi resenhada, nenhum comentário no Orkut... nem o próprio site da Conrad falou sobre o assunto. Triste uma série tão boa gerar tão pouco interesse.

Bom, fica meu agradecimento à Conrad por ter se lembrado que Blade existe e retomado a publicação. Minha próxima tarefa é pegar as edições anteriores para ver onde estava (lembro que Manji estava preso sendo submetido a seguidas mutilações por um médico que tentava loucamente encontrar o segredo da imortalidade...).

Assim que puser as mãos nas novas edições (já saíram a 35 e a 36, veja você) eu escrevo minhas impressões.



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Blade - A Lâmina do Imortal 35

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Blade - A Lâmina do Imortal 36

sábado, dezembro 09, 2006

Astonishing X-Men é tão bom assim?


Joss Whedon imita Warren Ellis. Mas Joss Whedon é melhor que Warren Ellis.


Assim começa a coluna de Érico Assis dessa semana no Omelete. Em geral eu gosto da coluna, bem informativa e direto ao ponto (de uma forma que eu não consigo fazer). Érico Assis provavelmente gosta de quadrinhos como eu e provavelmente conhece quadrinhos melhor que eu. Mas a frase em questão é tão absurda que merece um comentário.

Antes de me ater à questão Whedon x Ellis, vamos ao cerne do problema: Astonishing X-Men é tão bom assim? Minha resposta: não.

Eu estou de saco cheio de críticos babando o ovo de Astonishing X-Men (no Brasil Surpreendentes X-Men, publicado pela Panini na revista X-Men Extra). O argumento é sempre de que é a melhor série dos X-Men dos últimos tempos. Eu não concordo. A não ser que “últimos tempos” signifique “a partir de 2003”. Porque, apesar dos altos e baixos, New X-Men, de Grant Morrison, foi excelente. Morrison encarou o desafio de escrever o título principal dos X-Men, ditando as regras e direcionando todos os outros títulos. Isso não acontece com Astonishing.

Whedon basicamente anda em círculos. Revisita antigos temas dos X-Men sem muita inspiração. É uma boa série, com bons diálogos, mas que não é mais que o “basicão”, como diria aquela propaganda. Astonishing é o X-Men “basicão” bem feito. E tem desenhos de John Cassaday.

Minha conclusão é que o clamor da “crítica especializada” por Astonishing vem da aposta no “mais do mesmo”. Fãs de X-Men tendem a ser exageradamente conservadores. Muitos detestaram New X-Men, a ponto da Marvel criar um “evento” (Reload, uma ode à nostalgia) para desfazer boa parte da continuidade ao final da série. É uma coisa tipo "Ei, estes são os MEUS X-Men, e não gosto que mexam com eles". Whedon trouxe exatamente o que os fãs queriam. Uma série segura, sem grandes viradas, sem grandes revelações, sem grandes idéias. Apenas boas histórias, com bons diálogos e bons desenhos dos bons e velhos X-Men que eles amam. Taí. Prato cheio.

Agora, voltando à infeliz frase de Érico Assis. Whedon é melhor que Ellis? Não. Em nenhuma hipótese. Ellis certamente é um autor muito mais instável que Whedon. Lógico, Whedon publica um roteiro a cada dois ou três meses, sem a necessidade de criar muito mais que uma premissa minimamente razoável e bons diálogos. Ellis não só publicou centenas de roteiros, como criou várias séries, incluindo duas obras-primas (The Authority e Planetary) sempre trazendo idéias e conceitos inovadores, embora não para todos os gostos (DV8, Transmetropolitan, Global Frequency, Desolation Jones).

Resumo:

Dizer que Astonishing X-Men é a melhor série dos X-Men dos últimos tempos: Questionável.

Comparar Whedon a Ellis: Errado.

Dizer que Whedon é melhor que Ellis: Absurdo.

Dizer que o roteiro de Reginald Hudlin em Quem é o Pantera Negra (Who Is The Black Panther) é ótimo: Atroz.
(Nada a ver com o tema em questão, é verdade)

Gosto é gosto. Fazer o quê?

quinta-feira, dezembro 07, 2006

O fim de uma era

Então é isso. Fim de papo. A Panini resolveu encerrar a publicação de Demolidor no número 35. Vendas abaixo da expectativa foram o fiel da balança, como sempre.

Isso não era difícil de prever. A revista apelava para um nicho muito restrito de fãs do Demolidor e Justiceiro, dois personagens de segunda linha que dificilmente têm fôlego para carregar um mix nas costas. Juntos ainda conseguiam, com Brian Bendis e Garth Ennis inspirados, mesmo com a hedionda Elektra de Robert Rodi, que assombrou o mix até o número 13. Assombração que ainda durou mais 6 números com a publicação da interminável, enfadonha e desnecessária mini do Tentáculo, de Akira Yoshida.

A revista teve sua melhor fase do número 20 ao 23, com o arco Inferno Irlandês, que marcou o início da série MAX do Justiceiro; e a mini Mercenário, de Daniel Way e Steve Dillon que, embora sem grandes arroubos de criatividade, fizeram bem feito o que se propuseram. Bendis e Maleev, embora claramente passado o auge das grandes idéias, mantinham a série do Demolidor em alto nível, com o arco Era de Ouro.

A coisa começou a degringolar de vez a partir do número 24, com a mini Demolidor vs. Justiceiro - Meios e Fins, de David Lapham. Lapham, responsável pela excelente Balas Perdidas, erra na mão feio, criando uma história sem a menor inspiração, totalmente desinteressante. E o pior, longa. Foram 6 partes que, de tão desnecessárias, levaram um crítico do Universo HQ a descrever a série como antiecológica.

No número 29 a Panini chuta o balde e lança uma edição do Demolidor sem a série-título do mix, que dá lugar a Pantera Negra, de Reginald Hudlin e John Romita Jr. Quem teve a brilhante idéia de trazer um personagem de terceira linha para compor um mix já problemático merece aplausos e o Troféu Anta do Mês. De longe a pior edição da série, traz ainda a conclusão de Demolidor vs. Justiceiro - Meios e Fins. A única história que se salva é a continuação de Mãe Rússia, segundo arco de Justiceiro MAX, por Garth Ennis e Dougie Braithwaite.

No número 30 o Demolidor estava de volta, iniciando o arco Decálogo, que parte de uma idéia bem interessante, mostrando moradores diversos da Cozinha do Inferno reunidos numa espécie de grupo de auto-ajuda onde conversam sobre a queda de Wilson Fisk e a "nova direção" do bairro nas mãos do Demolidor. O "novo" mix, que se manteve na edição 31 ainda incluía o Justiceiro MAX e o péssimo Pantera Negra.

A partir do número 32, a revista volta a ter um mix terrível. Sem um substituto à altura para Justiceiro MAX, limado sem maiores explicações, Demolidor passou a ter 2 histórias do Pantera Negra e 1 do Demolidor, numa linha editorial inexplicável até agora. Está claro que a decisão de cancelar a revista já tinha sido tomada, e os editores estavam desesperadamente tentando terminar o primeiro arco de Pantera Negra a tempo de enfiar um tie-in da Dinastia M, o que fizeram na edição 34.

Ainda não li Demolidor 35, mas ao que parece contém o último arco da dupla Bendis / Maleev, que colocaram o Demolidor de volta nos holofotes e produziram as melhores histórias do herói depois da fase clássica de Frank Miller. Sinceramente? Um jeito honesto de terminar o negócio. Quando eu ler, posto aqui minhas impressões.

No mais, meus agradecimentos à Panini que, apesar de todas as merdas que fizeram, conseguiram manter "no ar" essa revista tão improvável por 3 anos.



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Garotas lêem quadrinhos (e estão p* da vida)!

Imagine uma feminista ferrenha, com uma atitude agressiva e discurso inflamado. Ela se revolta ao ver mulheres retratadas como objetos. Odeia estereótipos femininos, como a "femme fatale" ou a "lolita". Se rói de fúria da cultura pop que decidiu, sem quê nem para quê, que uma mulher deve ser, antes de tudo, sexy.

Imaginou?

Agora imagine que ela é fã de quadrinhos. Não de mangá, ou quadrinhos alternativos. Estamos falando de mainstream. Marvel. DC.

Voilà. Lhes apresento Karen Healey, que vocês podem conhecer melhor em sua coluna de nome tão singelo.

Não é difícil adivinhar que Karen está muuuuuuito puta com as HQs que anda lendo. Difícil é não concordar com as furiosas e muitas vezes hilárias críticas que ela faz ao mundo dos comics. Com ela não tem vaca sagrada. No blog ela já detonou Joe Quesada, Brian Bendis, Mark Millar, Gail Simone (embora só de leve) e, lógico, Frank Miller, o rei das femme-fatales, lolitas e estereótipos similares.

Recadinho de Karen Healy para Frank Miller, após uma extensa análise de All-Star Batman & Robin #3:

Fuck you, Frank.

Falou tudo!

Recomendo a leitura. Muito instrutivo e divertido (e correto na maior parte das vezes, apesar do exagero panfletário).

Só não posso deixar de comentar que o público-alvo desses quadrinhos ainda é o adolescente espinhento, magrelo, nerd que não pega ninguém. Eu sei porque fui um deles. Negar isso é idiotice. A indústria sabe muito bem para quem produz baboseiras como aquela mini da Shanna pubicada há alguns meses em Marvel MAX. E ter consciência disso é essencial para entender o "fenômeno" do sexismo nas HQs mainstream.

Fato curioso: lá pelos idos de 1995, fizemos entre os amigos uma enquete de qual mulher (real ou não) teria a Playboy mais vendida da história. No auge de nossa nerdice, após alguma deliberação, chegamos a um consenso. Seria a Vampira, dos X-Men.

Hoje eu diria Ultimate Sue Richards. Diz a lenda que Greg Land copia suas figuras feimininas de revistas pornô. Duvida?


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De volta à ativa

O que posso dizer? Estou de volta! Incrível, meu blog continua no ar, mesmo depois de quase dois anos sem atualização. Não que alguém leia. Ou se importe. Mas que é incrível, isso é. Bom, a idéia agora é manter um certo nível de atividade por aqui. Se bem que essa sempre foi a idéia, então...